Tirosinemia Tipo I

O que é Tirosinemia Tipo I?

É uma doença metabólica hereditária, rara, na qual o organismo é incapaz de metabolizar a tirosina. A tirosina é um aminoácido proveniente das proteínas contidas nos alimentos. Existem outros tipos de Tirosinemia e que afetam diferentes sistemas do nosso corpo.

De onde vem a tirosina?

A tirosina é encontrada em todos os alimentos que contem proteínas como carne, peixe, ovo, pão, macarrão, chocolate, soja, milho, sementes, nozes, dentre outros. A proteína é essencial para o crescimento e para reparar células e tecidos lesados.

Quando a proteína é ingerida, ela é “quebrada” por enzimas em “pequenos blocos” conhecidos como aminoácidos.

As enzimas são como “martelos químicos” que quebram as proteínas.
Existem 20 aminoácidos necessários para construir músculos e tecidos saudáveis. A tirosina é um destes aminoácidos e é produzido a partir de outro “bloco” de construção chamado fenilalanina.

O que está errado na Tirosinemia Tipo I?

Na Tirosinemia Tipo 1 o organismo perde uma enzima (martelo químico) que quebra o bloco de construção da tirosina. Como a tirosina não consegue ser quebrada corretamente, seus níveis e de outras substâncias químicas aumentam no sangue e na urina. Este aumento pode prejudicar o fígado e os rins.

As dosagens da tirosina  e de outras substâncias químicas no sangue e na urina são necessárias para auxiliar na investigação diagnóstica da Tirosinemia Tipo 1.

Qual o perigo dos níveis aumentados da tirosina?

Pode provocar problemas no fígado, nos rins e nos olhos .

Os pacientes podem desenvolver falência hepática, cirrose e algumas crianças podem ficar muito doentes antes que a Tirosinemia Tipo I seja diagnosticada e isto pode acontecer antes dos 3 meses de idade. Uma minoria de pacientes pode apresentar a doença em idade mais avançada.

O Teste do Pezinho pode detectar a Tirosinemia Tipo I?

Sim, principalmente se for usada uma moderna tecnologia chamada de espectrometria de massas em tandem.

O teste do pezinho através da dosagem de fenilalanina e tirosina seleciona crianças com possibilidade de apresentar a doença para serem submetidas a exames de complementação diagnóstica.

Conheça os Tipos de Teste do Pezinho.

A investigação complementar pode ser realizada através da cromatografia de ácidos orgânicos urinários, dosagem de succinilacetona e de outros parâmetros menos específicos como alfa-fetoproteina, transaminases e fatores de coagulação. As alterações encontradas poderão ser confirmadas através do sequenciamento do gene FAH onde será identificada a mutação.

Quais os sintomas?

Os sintomas podem variar de criança para criança e dependem da idade em que foi diagnosticada a doença. Se os sintoma começarem nos primeiros 2 a 3 meses de idade,  existe uma maior a possibilidade de ocorrerem problemas no fígado e nos rins. Por isso é imprescindível  fazer o teste do pezinho para identificar a doença antes dos órgãos terem sido lesados.

Exemplos de sintomas nos 2-3 primeiros meses:

  • Icterícia – pele amarelada;
  • Abdome aumentado;
  • O sangue apresenta problemas de coagulação – sinal de falência hepática;
  • Hipoglicemia – diminuição do açúcar do sangue;
  • Irritabilidade e sonolência – encefalopatia;
  • Diarreia e vômito.

Se a criança apresentar os sintomas em idade mais avançada, principalmente, a partir de 1 ano de idade, os problemas hepáticos serão menos severos. porém poderá ter problemas de crescimento e ósseos. Os ossos se tornam mais “leves”, se descalcificam e a criança pode ter raquitismo.

Como pode ser tratada a Tirosinemia Tipo I?

Com dieta pobre em tirosina e com medicamento.

A dieta deverá conter baixas quantidades  tirosina, porém o suficiente para o crescimento e para funções essências ao desenvolvimento da criança.

Como saber se a criança esta recebendo a quantidade ideal de tirosina na dieta?

Semanalmente deverá ser realizada dosagem da tirosina e da fenilalanina, no sangue, para avaliar a dieta da criança, a critério médico. O tipo e a quantidade de proteína deverão ser adequados ao crescimento e ao desenvolvimento da criança.

Consulte sempre seu médico.


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